13 de abr. de 2010

caiu na rede, é pop

Saque consentido

Sérgio Martins

Para astros como Justin Bieber, a internet virou a solução para o problema que ela mesma criou – a crise na venda de discos "físicos". Em certos mercados regionais do Brasil, os músicos buscam a saída pela informalidade (ou pela ilegalidade): associam-se à pirataria. Ao lançar seu segundo disco, no ano passado, o sambista pernambucano João do Morro decidiu não distribuí-lo nas lojas. Autorizou um vendedor de carrocinhas – carrinho que vende CDs piratas – a copiar e vender quantas unidades quisesse. Espalhadas pelos pontos turísticos do Recife, as carrocinhas encarregaram-se de divulgar a música do cantor e compositor. João não ganhou um tostão com o disco (que também é distribuído de graça na internet). Mas o sucesso da tática o tornou muito popular: ele hoje faz cerca de vinte apresentações mensais, a um cachê médio de 12 000 reais. "Graças à pirataria, minhas músicas ficaram conhecidas e meus shows lotam", diz.

Essa estratégia semissuicida não é invenção do pernambucano. Em Belém, vigora uma combinação entre os artistas do tecnobrega, espécie de funk paraense, e os vendedores de CDs piratas. As canções que fazem sucesso nas aparelhagens, equipes de som que tocam tecnobrega, são entregues diretamente ao camelô. Ao artista, resta partir para o mercado de shows. "Ele pode ganhar até 1 600 reais por apresentação", diz o pesquisador Ronaldo Lemos, autor de Tecnobrega – O Pará Reinventando o Negócio da Música. João do Morro, que compõe sua própria música, tem direito de distribuí-la de graça. Na maioria dos casos, porém, esses esquemas informais são francamente ilegais. "Os artistas distribuem predatoriamente a propriedade intelectual de terceiros. Os compositores são lesados", afirma João Augusto, presidente da gravadora Deck-disc.

Titular Agência Fotográfica
CHAMEM A CARROCINHA
O sambista João do Morro (à esq.): ele dá o CD aos piratas e fatura nos shows



leia a metéria completa aqui

27 de mar. de 2010

Imparcialidade

Agora entendo a imparcialidade do jornal Diário Do Pará. Ontem (26) deixei uns comentários um tanto quanto ácidos sobre uma reportagem que retratava as apreensões de veículos de transporte alternativo em Belém e região metropolitana, apesar de ser ácido, acho que não ofendi ninguém, pois só retratei a verdade. Infelizmente o Belenense paga uma das tarifas mais caras do brasil em relação ao km 'rodado', sem contar que os ônibus são em sua maioria sucateados. De certa maneira defendi os 'perueiros' porque se eles estão hoje por aí, a culpa é de quem? certamente dos grandes empresários ( gananciosos) que pouco investiram na melhoria de seus próprios negócios. E o poder público* o que faz? eu te respondo meu (minha) caro (a), Não faz PN a não ser infernizar a vida de quem quer trabalhar e ganhar o seu sustento honestamente. Mas voltando ao Diário, para a minha surpresa fui procurar meus comentários, e como diria minha avó, cadê? Sumirão. Ou melhor, nem foram publicados e para minha surpresa só tinha comentarios de um monte de gente Doida falando de pagamento de licenciamento anual e coisa do tipo, fugindo completamente ao foco do assunto que seria a regularização do transporte altenativo. Bom, eu sinceramente espero que a população seja beneficiada com toda essa discussão e desfrute de melhores serviços.
*onde lê-se Poder público, leia-se Ctbel.

16 de fev. de 2010

por falar em cametá

Tradição que se acaba
Blocos de rua, os fofós, vão perdendo espaço para a folia comercial dos galpões
Evandro Flexa Jr.
Especial de Cametá
A rica cultura cametaense luta contra o mercantilismo no carnaval da cidade. A maior festa popular do Brasil já quase não atrai mais o povo para as ruas em Cametá - e as concentrações das micaretas, enfurnadas em galpões e clubes, ganham cada dia mais espaço. Este pode ser o fim de uma das principais tradições da cidade que é considerada a pérola do Tocantins.
Cametá, com 374 anos, é um dos municípios paraenses com maior diversidade cultural. É uma cidade interiorana, de povo hospitaleiro e cheia de tradição - preservada pelos mais antigos moradores da localidade. Os habitantes ainda cultuam práticas como passear nas praças e assistir à missa aos domingos. O município também é bastante conhecido por ter um dos carnavais mais animados do Estado.
É justamente neste ponto que alguns moradores de Cametá encontraram um problema. Durante o carnaval, a cidade recebe mais de 60 mil pessoas, que trazem na bagagem seus costumes. Os hábitos dos visitantes acabam se somando aos dos cametaenses e com isso, algumas tradições estão sendo quebradas, e outras já deixaram de existir. Para Iolanda Lopes, uma das mais antigas carnavalescas de Cametá, o carnaval foi substituído pelo comércio.
Iolanda é dona de casa e mora em Cametá há quase 70 anos. Nascida e criada na Pérola do Tocantins, a carnavalesca ainda luta para resgatar as raízes do verdadeiro carnaval cametaense. Sem muita força, a madrinha do Samba do Cacete - uma modalidade de batucada típica da região do baixo Tocantins -, ainda vai às ruas, no domingo de carnaval, levar alegria aos que fecharam um pacto com as raízes local. 'No nosso bloco não tem abadá nem banda famosa. Qualquer pessoa pode entrar. O carnaval é uma festa popular e não um comércio', argumenta.
Os blocos de rua estão cada vez mais escassos em Cametá. E até os visitantes sentem falta dos chamados 'fofós' que arrastavam foliões ladeira abaixo. O servidor público Ruivaldo Silva, mora em Belém, mas adora Cametá pela tradição. 'É uma pena que o carnaval de Cametá esteja tão mercantilizado e capitalista. Os blocos se enfurnam em galpões, e só participa quem paga. Aqui, acabou a popularização da maior festa brasileira', reclama. Silva lembra que em outros municípios, a fantasia é artesanal, algumas feitas de lama, e por isso a identidade continua mantida nestes lugares.
Marchinhas travam duelo com aparelhagens e o 'rebolation'
Manter a tradição é, sem dúvida, uma tarefa fundamental, na opinião da estudante Patrícia Sena. Embora more em Belém, Patrícia não esquece Cametá - berço de muitos momentos felizes. 'Sentar à tarde na pracinha, encontrar os amigos na porta da igreja após a missa e comer doces que não se encontra mais nas grandes cidades, é sem dúvida, muito legal. Já que faz parte da tradição, deve ser mantido. As próprias marchinhas de carnaval são bem legais, e com certeza fazem muita gente levantar', destaca.
As marchinhas de carnaval também relutam contra a modernidade das aparelhagens, assim também versus à entrada de outros sons que nada têm a ver com o estilo da cametaense. 'Está acontecendo um fenômeno do renascimento das machinhas', explica o compositor Alberto Mocbel. Autor de várias cantigas carnavalescas, Mocbel é um dos filhos mais antigos e ilustres da cidade, e por isso, fala com propriedade sobre o carnaval de Cametá. 'Quem está de fora traz as suas músicas e a nossa vai se intrometendo', brinca.
Alberto diz acreditar que, se houver mais organização, é possível conviver com todos os estilos, ainda que sejam bem diferentes.
Com a unificação dos ritmos, que envolve principalmente o brega paraense, o axé baiano e as marchinhas cametaenses, o carnaval de rua está perdendo a sua identidade. Mocbel conta que um dos mais antigos fofós, o chamado 'Bloco dos Carudos', já não dá mais voltas na cidade. Mesmo assim, algumas músicas, como a 'Madame Jararaca', não saem de moda na pérola do Tocantins. Porém, toca bem menos do que o sucesso baiano 'Rebolation'.
Secretário quer fazer resgate do samba do cacete e fanfarras
Mas nem tudo está perdido, se depender do secretário municipal de Cultura de Cametá, Dimitrius Braga. 'O nosso trabalho é preservar, cultivar e divulgar a tradição local. Essas coisas musicais que são trazidas para Cametá, são de responsabilidade dos empresários, donos de blocos, que fazem isso para atrair brincantes de vários cantos do Estado', explica.
Segundo Braga, a prefeitura não contrata bandas que não sejam da terra - e alguns blocos também já estão assimilando esta iniciativa. 'A programação oficial do carnaval de Cametá traz bandas de fanfarras, música de bangüê, samba de cacete, entre outros. As escolas de samba locais, mesmo com temas variados, se voltaram para a nossa cidade', argumenta.
Dimitrius destaca que a prioridade da prefeitura é levantar a cultura local. 'Quem vem nos visitar, quer conhecer a nossa história. A baianada tem em outros cantos do Pará. A nossa ideia é atender à bandas locais, e por isso, os músicos de fora e as aparelhagens não tem vez, em momento algum, na nossa gestão', alerta.
O secretário promete lutar contra a imposição do mercantilismo no carnaval cametaense. 'Estamos elevando alguns impostos no caso das micaretas que trazem aparelhagens e bandas de fora. Por outro lado, incentivamos os blocos de rua, como 'Fofó das Virgens',' Saddan Husseim' e outros, cujo folião não precisa pagar nada para participar', afirma.
Mudanças no carnaval de Cametá
1- O fim da concentração nos bares. Amigos se reuniam para beber, e dali saiam os chamados 'blocos de sujos'. Hoje, os bares são trocados por concentrações em clubes, sedes e galpões. A entrada custa em média R$ 20 - com direito a um abadá e bebida a preços módicos;
2- A substituição das marchinhas por aparelhagens de carros. Sons potentes tocando tecnobrega, melody e axé baiano, impossibilitam que as marchinhas sejam divulgadas. Moradores reclamam da falta de sossego;
3- O fim dos tradicionais folhetins das machinhas de carnaval. As marchinhas praticamente deixaram de tocar, e com isso, não há mais confecção do material impresso;
4- Redução dos Fofós e explosão das micaretas. Os blocos de rua, normalmente familiares, estão desaparecendo. Poucas pessoas acompanham esta modalidade, devido o grande número de micaretas na cidade;
5- O surgimento dos abadás. Para pular a mais popular festa brasileira é preciso pagar. As micaretas, enfurnadas em clubes, galpões e sedes excluem pessoas que não podem adquirir a entrada.
Amazonia Jornal
Edição de 16/02/2010

falando em Mocbel..


Compositor lança CD de Marchinhas em Cametá


Em meio ao clima festivo do Carnaval de Cametá, nordeste paraense, o cantor e compositor Alberto Mocbel, de 79 anos, lançará mais um CD de marchinhas, o Fornadas 2009 e 2010. O álbum traz 18 faixas, divididas entre composições inéditas e antigas. Porém, todas as canções são autorais. O trabalho do aposentado começou ainda na década de 60, com algumas pausas pelo caminho. É que Alberto dividia a carreira de compositor com a de escritor e também de político, sendo prefeito por duas vezes da cidade onde mora, nas décadas de 70 e 80.
A música 'Chá de Arruda' anuncia o novo trabalho do artista. Quem pensa que se trata da planta, engana-se. A música é uma sátira à atual crise política vivida no Distrito Federal. Para seu Alberto, o congresso nacional é uma inesgotável fonte de inspiração. Por isso, não estranhe ao escutar a marchinha 'Ética de Senador', que também faz parte do CD. Mas, o músico elege sua marchinha preferida. 'Madame Jararaca é a minha predileta', revela.
É no sítio da família, entre um banho e outro de rio, que as marchinhas começam a ganhar vida. Este é o décimo disco gravado por Mocbel. Para atender a um pedido do bloco regional 'Os Carudos', o CD traz quatro marchinhas dedicadas ao grupo, entre elas, 'Carudos do Mundo', 'Siriá dos Carudos' e 'Carudos Mexicanos'. Tem também as músicas 'Siriá do Mapará', 'Mingau de Açaí', 'Fofó da Mala', 'Siriá da Natureza', entre outras.
'Os pedidos são sempre em cima da hora. As marchinhas saem na hora, mas o samba-enredo exige mais cautela', explicou seu Alberto. 'O importante é manter viva a chama, pois estávamos perdendo a identidade', diz o compositor. Segundo ele, o ‘frevo baiano’ estava dominando o Carnaval de Cametá. 'Viemos para resgatar os antigos carnavais', complementa.
A marchinha é um ritmo que marcou época nos carnavais brasileiros e que há algum tempo vem sendo resgatada. Seja em Cametá, Vigia, entre outros, as marchinhas ressurgem na festa mais popular do país. O 'Fornadas' traz também uma parceria de Alberto Mocbel e Mestre Cupijó, com a marchinha 'Na base da Curtição'. Mocbel já lançou cinco livros, sendo que a última obra saiu em outubro do ano passado, denominada 'Luzes da Inspiração', de crônicas e poesias.
CAMETÁ
Considerado um dos carnavais mais animados do interior do estado, a folia em Cametá este ano promete não decepcionar. Ao todo serão 18 blocos de rua tradicionais, sete escolas de samba, além de trios elétricos, que vão animar os dias de folia, que tem como ponto de encontro a Praça de Cultura. Durante o Carnaval, cerca de 60 mil foliões devem movimentar a cidade, gerando aproximadamente cinco mil empregos diretos e indiretos, dinamizando a economia local, baseada predominantemente na pesca, comércio e agricultura. O fluxo de turistas vem aumentando nos últimos anos, atraídos principalmente pelos famosos e já tradicionais blocos de sujo que tomam as ruas da cidade nessa época do ano.
A folia se estende também a outras localidades próximas como Santana, Turema, Juába, Pacovatuba, Tem-Tem, Mutuaca, Juareramanha, entre outras, no chamado Carnaval das Águas.
O Liberal
Belém 14 de Fevereiro de 2010

todo carnaval tem seu fim

noossa.. quanto tempo fiquei sem atualizar meu blog (e olha que eu nem sou artista pra dar aquelas desculpas que os 'compromissos' tomam meu tempo. rs). mas vamos lá. hoje, terça-feira gorda de carnaval, imagino como a cidade de Cametá deve ta ferverdo. uma horas dessas (são 20h no meu relogio!) a Banda Caferana deve ta tocando 'madame jararaca' do meste Alberto Mocbel. e eu aqui, no frio do meu quarto, em casa. pode um negocio desses?!
espero sinceramente que todo mundo que esteja lá se divirta e volte para outros carnavais...
comigo somente a saudade e a certeza que no carnaval de 2011, estarei lá!